O protesto calvinista

É fato auferido por qualquer observação trivial da história, que a Teologia Calvinista nadou até aqui como um peixe errante na contramão da maré. A causa desta jornada ao avesso é que o portfólio teológico de Calvino está abarrotado de desacordos primários em relação às ideologias e filosofias teístas mais populares. E para explicitar tal constatação, mencionarei e concentrarei minhas fichas apenas na mais ousada doutrina apadrinhada pelo teólogo reformado: a Depravação Total.

Para mensurar o tamanho do caos opinativo que esta compreensão causou, considere o fato de que ter asseverado que o homem encontra-se em um estado pleno de trevas, pecado e incapacidade, fez Calvino bater no chão de Genebra uma estaca pública de discordância para com o pensamento milenar da confissão positiva, encarnado em roupagens diferentes nas religiões asiáticas, em técnicas de medicina alternativa e nos anais da psicologia ocidental. E foi tal atitude que transformou o teólogo francês em um partidário da oposição religiosa.

Os teóricos da confissão positiva comungam da opinião de que no homem existe um potencial para o bem de si mesmo e do mundo, um fluído de energias tão positivas que, se corretamente administradas, podem solucionar qualquer enfermidade ou distúrbio identificados no ser. Desta compreensão, nasceram métodos que, em menor ou maior porção, são disseminadores deste credo. Para tanto, cito a meditação, a Yoga, os mantras, a autoajuda, a regressão, a acupuntura, a repetição verbal do neopentecostalismo, dentre outras ferramentas.

Em contrapartida, é de fácil averiguação que o Evangelho de Jesus e de Calvino aponta um caminho oposto, no qual o próprio guia é o caminho, a vida para neste caminhar e a verdade encontrada no final de seu percurso. Não há independência, autonomia ou qualquer força intrínseca no homem que torne desnecessária a soberania e a providência divina em sua existência. Não há uma essência do bem, nem um vigor interno ou qualquer faísca de integridade que possa fazer do ser humano uma criatura melhor que os animais.

O homem é mau e incapaz, merece a morte e o inferno e carece de graça e perdão. Tudo o que há de proveitoso e positivo no universo tem origem no ser Deus. Apenas quando Este decide amar os homens, os chamando de filhos e comunicando a eles alguns atributos paternos, o Espírito Santo – este sim é bom e poderoso – passa a habitar neles, fazendo com que aquela depravação anterior deixe de ser total, para tornar-se parcial. Esta foi a conclusão de Calvino. Este foi o seu protesto.

Jesus, a igreja e a távola redonda

O excêntrico Rei Arthur era um frenético militante por uma ideologia não tão tolerável entre os reis de sua geração. Sua política medieval fundamentava-se na polêmica máxima de seu reinado: “Todos os homens são iguais.” A partir desta assertiva, surgiu o simbolismo histórico da távola redonda, uma mesa sem cabeceira, sem pontas, sem hierarquização, para que os cavaleiros se sentassem ao redor de seu rei, sem que este, naquele momento, se posicionasse como tal.

Não se sabe até hoje qual foi a reflexão que provocou a diferente conclusão de Arthur, fazendo-o reinventar seu modelo imperial. O que se pode dizer, é que séculos antes do monarca, outro rei havia proposto uma reforma semelhante a seus cavaleiros: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (Jo 15:15). Observe que o Rei Jesus também encomendara uma távola redonda para o seu reino.

A Igreja cuja configuração estava na mente de Cristo, era, em relação à matriz judaica, uma utopia anômala. Censurando os escribas e os fariseus, Jesus requereu um formato amplamente discrepante do já posto: entre vós (discípulos, multidões, gentios, Igreja neotestamentária) não haverá mestres (assim como havia entre os judeus: rabinos, sacerdotes, escribas, fariseus e etc), pois eu agora sou o vosso Mestre, e vós todos sois irmãos (iguais, corpo, ovelhas) – Mateus 23:8.

E ainda: não haverá entre vós guias (pastores, bispos e líderes), pois eu sou o vosso guia (seu pastor, seu ministro, seu condutor) – Mateus 23:10. O que Cristo estava desejando elucidar neste texto é que jamais deveria haver, nesta nova dispensação, cargos de liderança em sua Igreja, visto que Ele e exclusivamente Ele ocuparia este espaço com maestria. Não deveria existir aquele que é maior, a não ser que o serviço elevasse alguém a este posto, o que, paradoxalmente, precisaria ocorrer com todos.

Não me refiro aqui ao dom de mestre, o qual Paulo relata em 1 Co 12:28 e que também se encontra em Hb 5:12. Este dom é imputado a quem ensina as Escrituras e possui a “palavra do conhecimento” (1 Co 12:8). Aquilo sobre o qual discorro neste texto é o fato, histórico e contemporâneo, de haver indivíduos que “conduzem” as ovelhas de determinado aprisco, usurpando as categóricas funções que o próprio Jesus atribuiu apenas a si mesmo: guiar, disciplinar e pastorear.

É desnecessário que haja um pastor humano que represente o pastoreio espiritual de Cristo. Nem os apóstolos poderiam exercer tal representatividade. A missão dos mesmos era somente fundamentar, ao lado dos profetas veterotestamentários, a pedra angular, Cristo, no mundo da época (Ef 2:20). Entretanto, diante de tais asseverações, poderíamos nos indagar: por que, então, os apóstolos, os órgãos da revelação, consentiram com a prática tão natural na Igreja Primitiva, de se empossar pessoas ao ofício de pastor local?

A verdade é que a hierarquia é a nossa mãe idosa. É intrínseco a nós, homens, a tentativa de sistematizar organismos inorganizáveis, como é o Reino de Deus, a Igreja universal e invisivelmente reunida no corpo de Cristo. Mas nós demos ordem demais ao reino. Ignoramos o “tempo Kairós” de Jesus e elegemos Matias, em vez de esperar pela escolha de Paulo. Deixamos de sentar em távolas redondas com o nosso Rei, para nomear “servos oficias”, os diáconos, em detrimento de servos comuns que, sendo cristãos, deveriam, da mesma forma, tratar da causa das viúvas e dos órfãos.

Instituímos presbíteros, ao contrário de educar e conscientizar os leigos para, em comunidade e congregação, tomarem posições sensatas como as que são atribuídas apenas aos instituídos. Imploramos a Deus por líderes, porque assim como os israelitas, tendo Deus como Rei, pediram um rei a Samuel, pois os outros povos tinham reis humanos (1Sm 8:1-22), suplicamos por pastores, pois há rabinos, imãs, gurus, sadus e padres nas religiões. Mas Jesus, como já exposto, não deveria ser o único, intransferível e irrepresentável Pastor de ovelhas e Guia espiritual de seus corpos locais?

Não é do nosso interesse a reunião e união onde todos são ministros do evangelho. Haverá sempre um modelo retangular de distância horizontal entre a arquibancada do povo e os assentos setentrionais do clero. E é contra esta peculiaridade de nossa natureza subserviente, que os apóstolos não puderam guerrear. Este aspecto estava tão arraigado no inconsciente coletivo de qualquer sociedade, cultura ou religião, que seria um esforço inútil tentar mitigá-lo ou extirpá-lo do cristianismo.

Assim sendo, o melhor a se fazer era transformar o inevitável em uma realidade controlável. A partir desta compreensão apostólica e mais precisamente paulina, surge o estabelecimento de critérios para que alguém se tornasse um líder regional (pastor, presbítero, bispo ou guia) ou diácono (1 Tm 3:1-13; Tt 1:5-9). Esta foi a solução encontrada. Aparentemente, não havia outra tão viável. Por isto, o modelo da Igreja que estava na agenda de Jesus é tão utópico em relação à distopia humana.

E como seria este modelo? A resposta é simplória: os membros locais de uma igreja se reuniriam periodicamente, invocando para aqueles encontros a condução do Pastor, Jesus. Esta condução se daria através de sua Palavra, em que, alternadamente, cada um dos membros tivesse a oportunidade de ser um liturgista, iniciando e continuando a reunião conduzida por Cristo, ao passo que os dons se manifestassem naturalmente, quando todos tivessem a condição e o direito de expor e compartilhar suas experiências à luz das Escrituras.
  
Como todos na nova aliança, são profetas em potencial, todos têm o privilégio e a anuência do Pastor para edificar, exortar e consolar a todos (1 Co 14:3). Não seria necessário consagrar alguém para esta tarefa específica. Ela está inerentemente ligada à conversão e maturação dos crentes, que deveriam ser formados em direção a este conjunto de práticas, para se submeterem apenas à voz Daquele que decidiu estar em roda onde dois ou três estiverem. Esta é a Igreja, a távola redonda que o próprio Rei desenhou em sua agenda, mas que devido à nossa natureza, nem sequer saiu do papel.

Deus: fé ou fato?

O problema de “Deus”, ou seja, o questionamento sobre a existência de “Deus” remonta às primeiras civilizações. Se havia homens, havia crença ou descrença teísta, jamais indiferença. E hoje não é de outro modo. Mesmo os que se dizem agnósticos, afirmando não crer na acessibilidade humana a qualquer verdade absoluta, descreem em mesma medida, pois esta é apenas uma postura eufemística para abrandar o rótulo de cético ou ateu.

Se for fé ou for fato, é interessante ressaltar que além de debater a existência de uma divindade, outras indagações sempre surgem inevitavelmente neste processo filosófico. Se Deus existe, como existe? Qual religião ou ideologia o define e se relaciona com ele de forma assertiva? O que lhe é peculiar? Qual é a sua origem? Qual é a sua natureza? Veja que apenas acreditar não satisfaz a todas as variantes do problema. É preciso uma teologia sistemática para aquietar o espírito humano.

Por ora, vamos a uma solução simplória: Deus existe. Esta afirmação é um pressuposto, eu assumo, pois reconheço que provar a existência de Deus é impossível, posto que o que nos pode provar limita-se somente a evidências tangíveis e concretas, e que apenas o método científico da experiência poderia nos valer como conclusão cabal deste axioma. No entanto, se não posso provar o que digo, posso provar que o que digo está dito em um livro que pode ser experimentado pela ciência. Falo da Bíblia.

Entre o ateísmo contemporâneo há o argumento de que se a Bíblia prova a existência de Deus, os gibis folclóricos, por exemplo, provam a existência do saci e da mula sem cabeça. A intenção pérfida destes que assim se posicionam, é inferir que papel aceita qualquer coisa e que, portanto, um livro aceito por determinada religião como conjunto de verdades absolutas, não pode provar aos que não comungam desta fé, o que nele se afirma.

A priori, este argumento é um fato, posto que, de fato, papel aceita qualquer coisa. No entanto, quando ele é proferido para destoar do conteúdo bíblico, seu sentido torna-se inaplicável. Para evidenciar de forma incontestável que a Bíblia trata de realidades, é só comparar algumas de suas informações com os postulados e leis universalmente aceitos na comunidade científica. Isto se chama método indutivo.

Milênios antes de qualquer observação, descoberta ou teste pela Ciência, a Bíblia já nos trazia dados como: a Terra está suspensa sobre o nada (Jó 26:7); o Sol é maior que a Lua (Gn 1:16); o núcleo da Terra é formado por fogo (Jó 28:5); a Terra é redonda (Is 40:22; Jó 37:12); o sistema circulatório é a fonte da vida (Pv 4:23); a Lua possui influências sobre o mar (Jr 31:35); há um ciclo hidrológico regular (Jó 36: 27-28; Ec 1:7; Is 55:10); dentre outras ousadas afirmações.

Assim, diante do exposto podemos nos indagar: qual a probabilidade dos escritores da Bíblia terem acertado todas as suas asseverações científicas, utilizando apenas uma intuição primitiva? Seria este um golpe de sorte perfeitamente certeiro ou consequência de uma acessibilidade a algum tipo de revelação? Penso que qualquer cientista sensato chegaria à veracidade da segunda opção. E se há revelação, esta só poderia ser proveniente de um Deus. E se há um Deus, este só poderia ser constatado a partir de uma fonte confiável.

Como a Bíblia, experimentada a partir do método indutivo, já nos demonstrou uma extrema precisão em seu conteúdo científico, o qual não foi adquirido por experiências e pesquisas, mas, alcançado através de revelação divina, só ela, então, pode ser a fonte exigida para se definir quem foi este revelador, resolvendo, portanto, o problema de “Deus”. Assim sendo, eu consigo provar o meu axioma proposto, visto que a Bíblia o confirma categoricamente: “Deus existe”.

Pra não dizer que não falei dos amigos

É observado nos relacionamentos humanos que enquanto o amor serve para que as partes se completem existencialmente, a amizade existe para que os indivíduos que dela são protagonistas, se reafirmem em personalidade. Relações amigáveis, portanto, pressupõem semelhanças comportamentais, de pensamento e de gostos ou desgostos. No entanto, assim como no amor conjugal ou pré-conjugal é preciso que haja estas mesmas semelhanças, sendo estas também as características da amizade entre um casal, há, da mesma forma, um caminho sobremodo excelente pelo qual se deve trilhar na formação de uma amizade não conjugal. É que, na verdade, este tipo de amizade não deveria excluir o sentimento supostamente exclusivo de casais: o amor. Repare que Jônatas passa a amar a Davi como à sua própria alma (1Sm 18:1).

Desta compreensão, surge para nós um panorama afetivo mais completo, isto é, pode-se amar um amigo e pode-se também ser amigo de quem se ama, neste último caso, um namorado, uma noiva ou um cônjuge. A priori, a amizade fundamentada em amor, gera confiança e confidência (Jo 15:15); produz presença indiferente aos momentos (Pv 17:17); traz alegria ao coração (Pv 15:30); e garante qualidade superior à de irmão em detrimento de quantidades superficiais (Pv 18:24). Sobretudo, o amigo que ama é aquele que aponta o caminho de morte, e que no dia mau se posiciona diferente daqueles que mais se parecem “inimigos fraternos”, por se omitirem ou apenas balançarem a cabeça. Este amigo executa, assim, o conselho de Salomão: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.” (Pv 27:5,6).

É ideal, no entanto, que outro aspecto seja peculiar em uma amizade como a que acabamos de apresentar: o da tangibilidade no contato, ou seja, a presença física, a proximidade e os encontros periódicos são essenciais. Não dá pra ser amigo de verdade através do face, da webcam, do skype, do celular, de e-mails, MSN ou qualquer outro meio virtual aparentemente eficaz para isto. “Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.” (Pv 27:10). “O Senhor falava com Moisés face a face (e não face a face), como quem fala com seu amigo;...” (Ex 33:11). Este é um princípio importantíssimo pra se preservar na pós-modernidade. A melhor operadora ainda é o encontro, com “fale ilimitado” ilimitado mesmo. Jamais troque uma mesa de lanche e risadas por uma sala de bate-papo. Não barganhe suas amizades com perfis de redes sociais.

Por conseguinte, ore sem cessar por seus amigos. Nem sempre eles serão crentes, de sua igreja ou de sua mocidade. Neste caso, ore por eles mais ainda. Queira que, pela fé, eles, um dia, sejam chamados “amigos de Deus”, como foi o próprio Abraão (Tg 2:23). É óbvio que há um grau limite para que nos relacionemos como verdadeiros amigos de indivíduos ainda incrédulos, mas este grau não deve se diminuir apenas ao “Bom dia!” ou ao “Como vai?”. Um impedimento que envolve diretamente a amizade dos crentes com os ímpios é aquela mesma discriminação judaica pelas massas sociais diferentes de seu padrão, ou seja, por homossexuais, eunucos, prostitutas, samaritanos, publicanos, mendigos, enfermos e demais pecadores. Não confunda “conviver”, “amar” e “ser amigo” com “andar no conselho dos ímpios” ou com “se deter no caminho dos pecadores”. A seletividade e a formação de panelas e grupos fechados excluem em todos os ângulos os valores do acolhimento, da graça, do evangelho, e da certeza de que é Deus que coloca estas pessoas em nossa caminhada.

É assim que deve ser: o amor na amizade e a amizade no amor. Os dois sentimentos devem andar de mãos dadas, em abraços, apertos, palavras, lágrimas, sorrisos e dias nublados. Entretanto, numa sociedade machista e de hegemonia masculina como é a brasileira, o homem sai perdendo neste sentido. Talvez pelo empirismo da ideia barata e de cunho maldoso da “boiolagem”. Contudo, há de se perceber que esta é apenas uma realidade local, temporal e coletivamente subjetiva. Os varões judeus, por exemplo, se cumprimentam com o ósculo santo (um beijo no rosto), que é uma saudação cultural e religiosa, mas que normalmente evidencia a afeição mútua de uma amizade fortificada. A você, portanto, que buscar amar verdadeiramente os seus amigos, ser-lhe-á concedido lealdade, compromisso, silêncio, cobertura e encaramento de seus companheiros, considerando que só isto fará com que ambos entendam como Jesus pôde dar a vida por suas amizades (Jo 15:13).


Éden, ética e ecoespiritualidade

Fomos jardineiros contratados pelo proprietário da casa. Ele fornece os insumos, e nós, a mão de obra. Foi assim o contrato verbal selado com o primeiro responsável pela manutenção do jardim. O Éden foi uma maquete natural do Planeta Terra, e, portanto, não necessitava de uma gestão mais qualificada que a de Adão. Dar nomes aos animais daquele ecossistema era o suficiente (Gn 2:19,20), posto que pra isto, Adão só precisou de tempo, não de planejamento. Por conseguinte, refletir se o Éden foi no Iraque ou na Armênia, não nos interessa. O que importa é saber que a relação homem-jardim agora é global e que tempo é um luxo do qual não dispomos em demasia.

No início da formação da civilização humana, o Homo Sapiens, enquanto indivíduo em descoberta de outros habitats e espaços geográficos distintos, concebeu e deu forma a instrumentos funcionais aos quais damos o nome de "ferramentas". Estes objetos, formados, na maioria das vezes, da fusão de pedra, cipó e madeira, eram usados para abrir frutos maciços, mexer a terra, caçar animais, pescar em rios, dentre outras atividades inerentes à alimentação. As ferramentas eram a extra-corporificação dos próprios braços, e foi a partir delas que aconteceu a primeira onda de transição social do homem, ou seja, o homem deixava de ser nômade, andarilho e desbravador, para tornar-se sedentário, fixo e agricultor. A Revolução Agrícola foi o primeiro rompimento do homem com suas atividades de sobrevivência e labor tradicional.

A partir de 8000 a.c – segundo datações de registros agrícolas – a agricultura manteve-se em hegemonia, como principal núcleo familiar, tribal e comunitário, até os séculos XVII e XVIII. Cuidamos bem da Terra até aqui. A agricultura ferramental utilizava-se da natureza como a própria natureza se utiliza de si mesma, isto é, sem desperdícios evitáveis, sem alteração química e artificial de elementos, com utilização sustentável de recursos, com extração controlada pela necessidade. Os agricultores tratavam a natureza e o solo como entes mantenedores da existência humana. O calor e o frio, a chuva e a seca, o dia e a noite, eram mutações normais da "Mãe Natureza" em favor de todo e qualquer processo agrícola. Estas forças naturais, no entanto, não podiam ser, por ausência de evolução intelectual, vilipendiadas pela ação tecnológica do ser humano.

Mas, então, em 1712 disse o homem: haja o motor, e houve o motor. Mas viu Deus que isto não era tão bom. Neste momento em que a estrutura da macrossociedade ainda estava alicerçada na terra, surgia, então, uma nova e inédita abstração do homem: o motor a vapor. Criado por Thomas Newcomen, o motor a vapor tinha como fluído de trabalho o vapor de água sob alta pressão e temperatura. Necessitando de água para produzir vapor, deste para fabricar energia e desta para gerar força mecânica, esta invenção foi, inconscientemente, a extra-corporificação do estômago humano. Posteriormente, o motor de combustão interna veio representar melhor esta inevitável comparação. E foi ele que proporcionou ao mundo, a segunda onda de transmutação tecnológica humana, marcada pela tão faraônica Revolução Industrial.

A Revolução Industrial foi a mudança mais transformacional do milênio. Seguindo a sua causa, a maquina passou a ser amplamente experimentada e usada em processos produtivos de todo o mundo comercial. O foco deixou de ser o produto encomendado e passou a ser a produção em massa. Mediante tanto desenvolvimento em breve espaço de tempo, as cidades, com suas indústrias e urbanidade tóxica, começaram a conhecer a poluição em escala. A queima do carvão mineral despejava na atmosfera dos centros industriais europeus, toneladas de poluentes. E do Reino Unido para o mundo, não demoraria muito para as fábricas se aproximarem e se instalarem como organizações protagonistas deste novo cenário mundial. Lentamente, o Éden começava a ser desfazer.

E o processo começou a todo o vapor. O homem se colidiu com novas técnicas de automação e não se fez omisso. Concluiu que não é necessário calejar as mãos para arar a Terra ou colher frutos. Descobriu que precisava de funcionários somente para controlarem seus brinquedos de ferro. A burguesia não mediu esforços para a maximização do processos produtivos. Não mensurou as consequências de um investimento implanejado, mas frenético. Então, foi inevitável que o planeta chegasse até a nossa contemporaneidade implorando socorro. Por não cessar de substituir as baterias vivas, ou seja, a força de trabalho humana, por fontes de energia automáticas, o custo tornou-se proporcional ao lucro. Queimar combustíveis, emitir gases, matar e desmatar floras, extinguir espécies da fauna, produzir excesso de lixo, secar fontes, poluir mares, dentre outras mazelas, se transformaram nas ações ávidas do industrialismo.

Então, as reações não puderam se esconder por muito tempo. A emissão progressiva de poluentes na atmosfera ocasionou na abertura de um buraco na camada de ozônio, que permitindo uma maior entrada de raios solares, tem gerado a expansão gradual da temperatura na Terra, esta, por sua vez, faz com que este aquecimento global proporcione o derretimento das geleiras, e estas se desfazendo, aumentam o nível natural dos oceanos. Este nível, em estado de crescimento, provoca um distúrbio no ciclo original dos mares, construindo pequenos ou maiores "tsunamis" imprevisíveis e descontrolando os ventos já mapeados, os quais podem se transformar em furacões, tufões, tornados ou ciclones mais ou menos periódicos. Todos estes efeitos somados ao extrativismo vegetal ilegal, à contaminação do solo e das fontes e afluentes naturais de água doce, e da produção, também em massa, de lixo de matéria prima não renovável, nos levaram ao apogeu do problema.

Assim, creio que o "hoje" se tornou tarde para nós, mas o Sol ainda não se pôs sobre nossas cabeças. Há tempo, mas sem planejamento, há perda de tempo. Por isto, precisamos evocar a ética e a ecoespiritualidade como padrões primazes de conduta e engenharia. Para tanto, a ecoespiritualidade se encaixa primeiro nesta busca perene pela saúde do planeta. "Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden PARA o cultivar e o guardar." (Gn 2:15). O Éden, como supracitado acima, era o estereótipo do Planeta Terra. Adão, por outro lado, era o cabeça conjectural da raça humana e de toda a criação, no qual estavam depositadas todos os fins da racionalidade e do progresso. Portanto, quando Deus revelou o seu propósito em colocar o homem naquele jardim, ele estava optando por desmitificar o ideal teológico de que a providência e a preservação da vida não tem nenhuma participação cooperativa do ser humano.

Por conseguinte, Adão escolheu desobedecer ao Criador, trazendo morte e imperfeição às realidades criadas. “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou (Adão), na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8:19-22). Daí, a necessidade de uma espiritualidade saudável e opulente, antes da conexão cristianizada e espiritual com o Criador, trata-se de uma consciência ecológica e cósmica. Deus será descoberto em todos os processos da vida, em sua evolução natural e cultural. Jesus, como imagem e função de restaurador, não veio tornar os humanos cristãos, mas tornar os cristãos humanos – homens à sua imagem.

Nós somos os jardineiros. Ao contrário dos protestos da Igreja Católica, nós é quem devemos transpor o rio São Francisco para o Nordeste setentrional. Nós podemos trazer de volta à vida, a espécie do mamute encontrado com sangue preservado em estado líquido, em uma ilha ao Norte da Sibéria. Nós temos a permissão de transformar água salgada em água doce, através do processo de Dessalinização criado por Israel. Nós devemos explorar o espaço, os astros, o núcleo da Terra. A ciência é o instrumento intelectual de providência que Deus concedeu a Adão e seus descendentes. Ela é o suprassumo dos insumos para o trabalho. E é com ela que devemos consertar as próprias consequências de seu mau uso.

A responsabilidade é nossa. O âmago da questão não é a impotência, pois esta não existe, mas sim a escolha: manter-se indiferente ao desfalecimento do planeta ou recorrer às nossas capacidades para reverter o quadro. E como disse a própria teoria do caos: “Consta que algo tão pequeno, como o voo de uma borboleta, poça causar um terremoto no outro lado do mundo.” Os efeitos de nossa omissão é a gênese do juízo final: “E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.” (Lc 21:11); “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.” (Lc 21:25); “E farei aparecer prodígios em cima, no céu; E sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumo.” (Atos 2:19).

Não pense que estes textos tratam de ações intrinsecamente espirituais de Deus, desconexas com as ações do homem em detrimento da Terra, pois os mesmos narram consequências humanas e não providências divinas. É sabido por todos que peixes estão morrendo com câncer, que a chuva está cada vez mais ácida, que riachos estão secando, que as estações do ano estão em caos de organização. O cenário que Pedro previu em sua segunda epístola, já começa a bater às portas com o Aquecimento Global (a primeira alegoria da justiça de Deus): “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,...” (2Pe 3:10,11).

Chegamos à raiz do problema: a ausência da ética. A falta de um “santo procedimento e piedade” não se referem somente ao pecado e à santidade na prática. A ética é o fator que opta sempre pela preservação dos princípios que protegem a vida. Se existe a Declaração Universal dos Direitos Humanos para padronizar mundialmente o comportamento ético referente à sociedade, ao trabalho, à cidadania e a outros mais, há também um documento importantíssimo no que tange à ética para com a natureza. Falo da Carta da Terra. A Carta da Terra é o resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. Seu projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000, a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional e independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos.

Desta feita, podemos concluir que assim como Deus dá chuvas e estações frutíferas a todos os povos, independente de suas crenças e devoção (At 14:16-17), a ética ambiental também deve partir de todas as nações e culturas, sejam estas cristãs ou não. Para tanto, os cidadãos de culturas pagãs tornam-se indesculpáveis, visto que os frutos, o verde e a fartura estão sobre eles da mesma forma. A ética sustentável, sobretudo, está fundamentada na preocupação com as gerações futuras. Ela depende de um vislumbramento a longo prazo do cenário global em que os descendentes dos preocupados deverão sobreviver. Portanto, a ética ecológica é, a priori, um cuidado com os próprios filhos dos filhos e, a posteriori, trata-se de um carinho para com aqueles que junto aos primeiros, darão prosseguimento à existência de nossa raça.

Contudo, aos homens, conscientes ou inconscientes de seu dever para com o Éden, firma-se o contrato com o dono da casa, para prestação do serviço de jardinagem. Para isto, convoco, a princípio, as igrejas cristãs, os movimentos paraeclesiásticos, as comunidades protestantes, as entidades católicas, as sociedades bíblicas e todas as que a estas se assemelham. Em segundo plano, grito às demais pessoas deste planeta, que aqui residem e que dos recursos do planeta sobrevivem. Se você mora em uma estação espacial, não falo com você. Se você não se alimenta ou não mantém seu organismo vivo com insumos da natureza, também não lhe dirijo aqui a palavra. Dialogo com aqueles, que dependem dos animais e das plantas, do Sol e da Lua, da Camada de Ozônio, da água doce, de um clima favorável. Falo com aqueles, que com estes entes em estado perene de desequilíbrio, não poderão reler este texto daqui a algum tempo. É necessário planejamento e prevenção, não remediação. Para tanto, penduro hoje uma placa nesta casa abandonada: PRECISA-SE DE BONS JARDINEIROS.

Nota falsa

Pouquíssimos cidadãos agregam valor ao conhecimento da diferença entre uma nota verdadeira e uma falsa. O papel-moeda utilizado em muitos países do mundo, vez ou outra, é alvo de diversas falsificações de quadrilhas especializadas. A aparência genérica, o tamanho, as cores e o material são os mesmos de uma nota emitida oficialmente. No entanto, há alguns sinais específicos implantados em sua versão verídica, que apenas a mesma pode conter, e que nenhuma facção criminosa pode usurpar. Basta a todos o interesse de conhecer estas marcas originais. Com o Evangelho de Jesus, também é assim. Desde tempos imemoriais, há grupos que se levantam em favor de pseudoverdades semelhantes às assertivas que Cristo pregou. 

Assim, creio que há dois motivos pelos quais as heresias surgem de forma progressiva e trivial em alguns indivíduos. O primeiro se trata de uma vontade consciente e pragmática que faz com que um lobo ou uma alcateia crie outro sistema aparentemente coeso de crenças e de vida cristã, objetivando adquirir ganhos financeiros, controle emocional, superestimação pessoal, dentre outros prazeres. Sobre estes, podemos sugerir um paradoxo, citando suas marcas, as quais não se encontram nas notas verdadeiras. E são elas: desejo frenético por quantidade de adeptos; ênfase sensacionalista em milagres; surgimento explosivo e midiático; “teologias” de escambo entre dízimos e bênçãos; sermões extensos baseados em experiências pessoais.

Por ora, a respeito destes estelionatários, não me aterei as suas cobiças e jactâncias, pois tais dissabores são frutos de um coração perverso, e deste coração só o Espírito pode tratar. Limito-me aqui a dissertar apenas sobre a segunda e mais corriqueira causa dos desatinos doutrinários. Falo do despreparo ao se interpretar as Escrituras, "a mãe de todas as heresias", como disse o grande apologeta Martinho Lutero. Não sou a favor de uma hermenêutica fatalista que estabelece o grau dos óculos com o qual devemos ler a Bíblia. Mas sou militante por princípios que nos norteiam ao conceito da “Bíblia pela Bíblia” em paralelo com a leitura imparcial de documentos seculares referentes aos variados contextos bíblicos. 

Para citar um exemplo deste modelo de leitura, digo, a priori, que o texto precisa ser lido de forma literal, exceto quando o próprio ou outro texto invalide esta premissa. A lonjura entre interpretações literais e alegóricas é, historicamente, o fio condutor dos conflitos entre a enferma e a sã doutrina. E é com esta distância que devemos ter uma cautela piedosa, para falar ou nos calar, caminhando conforme a melodia do texto. Foram inúmeras as vezes com as quais me deparei frente a discursos contundentes do evangelho, porém, entranhados com conjecturas sobre anjos, céu, inferno, sonhos e outras temáticas bíblicas, que saíram do papel e tomaram formas estranhas na mente de pregadores incautos. “Dê asas a sua imaginação” não é um bom conselho no que concerne ao púlpito e a literatura cristã.

Outra direção que penso ser bastante desprezada por aqueles que se dispõem a dissecar o texto bíblico, é o contato com as línguas originais em que o texto foi escrito e o domínio da norma culta do idioma em que se lê a sua tradução. O descaso para com este conhecimento técnico, torna inevitável o surgimento de visões teológicas distorcidas e esdrúxulas. Foi o caso do pedreiro e “pastor” Justino de Oliveira, de Serra, na grande Vitória (ES), que começou a ensinar a bigamia por ler na Bíblia o termo “adultera” em vez “adúltera”, em Oséias 3:1. Reconheço que adquirir um bom acervo polilinguístico não é tarefa fácil, mas com os instrumentos que nos são acessíveis atualmente, não temos do que murmurar. Ademais, falo de domínio básico, não de know-how na área.

Admito também que hoje é complexo determinar a totalidade da sã doutrina sem altercações, posto que não temos nenhum órgão da revelação ao nosso dispor, como os da igreja primitiva tinham os apóstolos. Mesmo havendo comunidades cristãs que ainda podem ser consideradas sadias, equilibradas e maduras, há sempre de se existir, entre elas, discrepâncias categóricas do ponto de vista ortodoxo. Isto é natural, pois há uma parcialidade perene em nossa observação. O problema que discuto aqui é outro, ou seja, refere-se a distanciamentos extremistas daquilo que o Novo Testamento propõe e de como o mesmo deve ser lido. Escatologia, lei mosaica, dízimos e ofertas, dons espirituais, sacramentos e outros mais, são os assuntos preferidos dos hereges que “pretendendo passar por mestres da lei, não compreendem nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações.” (1 Tm 1:7)

Neste espírito apologético, concluo advertindo a todos que procurem existir à imagem e semelhança dos de Bereia, que estabeleciam paralelos diários entre os discursos e as Escrituras (At 17:11). Fique vigilante sob a égide do evangelho. Não o ultrapasse. Não o violente. Assim, será mais simples identificar em meio a multidão as vozes que destoam do que se pode considerar a nossa confissão de fé. Nossa atitude para com estas notas falsas deve-se pautar na intercessão para que se convertam ao bom caminho, e não em uma inquisição precipitada que os condene ao inferno. Separar o joio do trigo não é tarefa nossa. Contudo, importa que preguemos a existência de "somente um corpo, um Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo e um só Deus e Pai de todos.” (Ef 4:4-6). O que se perder ao longe desta declaração, deve ser considerado anátema.

Tum Tum

Viver, viver de amor,
É subir em belos palcos,
Pra dar vida à vida aqui,
De aplausos e espetáculos.

Meninos querem ver,
O Tum Tum que faz amar;
Gente velha quer ouvir,
O tambor pra começar.

Tum Tum, bate o coração,
De quem ama todo mundo;
Que espalha fé e flores,
Ama o cão e o moribundo.

Vai passando nas vielas,
Dá comida e compaixão,
E quando alguém o aborrece,
Tum Tum, bate o perdão.

Vem e vê a natureza,
Ama tudo o que é vivo;
Fala bem com o bem-te-vi,
Tum Tum, fez mais um amigo.

Este é o ser amante,
Um amador profissional.
Que vive, mais que vive,
Faz Tum Tum até o final.

E é assim sua rotina,
Uma enorme inspiração.
E aos bons olhos da plateia,
Tum Tum vira a solução.

Santa Ceia & Cia



Cear é satisfazer espiritualmente sua carne e o seu sangue com a carne e o sangue de Cristo.

Crime hediondo



O pecado é um crime doloso contra a vida. Ele é triplamente qualificado porque sempre é cometido contra a trindade; imprescritível porque carece de perdão em qualquer tempo; e inafiançável, pois a única forma de obter a liberdade definitiva é através do cumprimento da pena. Não há liberdade condicional, pois uma vez livre, eternamente livre. A penalidade é a pena de morte, e foi aí que Jesus entrou na história.

A graça da tentativa



Deus não nos requer a execução de Sua vontade, posto que, para tanto, deveria existir em nós, a possibilidade de acerto pleno, excluindo-se, assim, por inferência lógica, a necessidade da graça.

Deus exige de nós a tentativa, que, executada e, por ainda ser tentativa, gera sucesso ou insucesso, mas que para Ele, sabedor de nossa impossibilidade de acerto pleno, tal tentativa torna-se eficaz como se o acerto pleno fosse.

Ser de Deus, portanto,

É tentar resolver todos os problemas do mundo, mesmo sabendo que estes são frutos de nós mesmos.

É tentar ser perfeito, mesmo frente à declaração de que isto é impossível.

É tentar converter corações, mesmo tendo certeza de que é o Espírito quem converte.

É tentar entender o ser de Deus, mesmo sabendo que, para isto, ele nos deu a fé.

É tentar ler a Bíblia como o jornal da manhã de hoje, mesmo conhecendo a sua antiguidade.

É tentar orar como convém, mesmo sabendo que oramos como nos convém.

É tentar amar como a si mesmo, mesmo se amando como ninguém.

É tentar e, na tentativa, ser aceito sem acerto.