“O Mínimo…” reúne, basicamente, artigos
que Olavo publicou em jornais e revistas, inclusive nas revistas
“República” e “BRAVO!”, das quais fui redator-chefe — e a releitura,
agora, em livro, me remeteu àqueles tempos. Impactam ainda hoje e podiam
ser verdadeiros alumbramentos há 10, 12, 13 anos, quando o autor, é
forçoso admitir, via com mais aguda vista do que todos nós o que estava
por vir. Olavo é dono de uma cultura enciclopédica — no que concerne à
universalidade de referências —, mas não pensa por verbetes. E isso
desperta a fúria das falanges do ódio e do óbvio. Consegue, como nenhum
outro autor no Brasil — goste-se ou não dele —, emprestar dignidade
filosófica à vida cotidiana, sem jamais baratear o pensamento. Isso não
quer dizer que não transite — e as falanges não o fustigam menos por
isto; ao contrário — com maestria no terreno da teoria e da história. É
autor, por exemplo, da monumental — 32 volumes! — “História Essencial da
Filosofia” (livros acompanhados de DVDs). Alguns filósofos de crachá e
livro-ponto poderiam ter feito algo parecido — mas boa parte estava
ocupada demais doutrinando criancinhas… Há o Olavo de “A Dialética
Simbólica” ou de “A Filosofia e seu Inverso”, e há este outro, que é
expressão daquele, mas que enfrenta os temas desta nossa vida besta,
como disse o poeta, revelando o sentido de nossas escolhas e, muito
especialmente, das escolhas que não fazemos.
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Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a
receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são
anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que se
vive. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido,
para uma tal de Hilde Knag, jovem que Sofia desconhece. O mistério dos
bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste romance. De capítulo
em capítulo, de 'lição' em 'lição', o leitor é convidado pelo autor a
trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos
pós-modernos.