Tum Tum

Viver, viver de amor,
É subir em belos palcos,
Pra dar vida à vida aqui,
De aplausos e espetáculos.

Meninos querem ver,
O Tum Tum que faz amar;
Gente velha quer ouvir,
O tambor pra começar.

Tum Tum, bate o coração,
De quem ama todo mundo;
Que espalha fé e flores,
Ama o cão e o moribundo.

Vai passando nas vielas,
Dá comida e compaixão,
E quando alguém o aborrece,
Tum Tum, bate o perdão.

Vem e vê a natureza,
Ama tudo o que é vivo;
Fala bem com o bem-te-vi,
Tum Tum, fez mais um amigo.

Este é o ser amante,
Um amador profissional.
Que vive, mais que vive,
Faz Tum Tum até o final.

E é assim sua rotina,
Uma enorme inspiração.
E aos bons olhos da plateia,
Tum Tum vira a solução.

Santa Ceia & Cia



Cear é satisfazer espiritualmente sua carne e o seu sangue com a carne e o sangue de Cristo.

Crime hediondo



O pecado é um crime doloso contra a vida. Ele é triplamente qualificado porque sempre é cometido contra a trindade; imprescritível porque carece de perdão em qualquer tempo; e inafiançável, pois a única forma de obter a liberdade definitiva é através do cumprimento da pena. Não há liberdade condicional, pois uma vez livre, eternamente livre. A penalidade é a pena de morte, e foi aí que Jesus entrou na história.

A graça da tentativa



Deus não nos requer a execução de Sua vontade, posto que, para tanto, deveria existir em nós, a possibilidade de acerto pleno, excluindo-se, assim, por inferência lógica, a necessidade da graça.

Deus exige de nós a tentativa, que, executada e, por ainda ser tentativa, gera sucesso ou insucesso, mas que para Ele, sabedor de nossa impossibilidade de acerto pleno, tal tentativa torna-se eficaz como se o acerto pleno fosse.

Ser de Deus, portanto,

É tentar resolver todos os problemas do mundo, mesmo sabendo que estes são frutos de nós mesmos.

É tentar ser perfeito, mesmo frente à declaração de que isto é impossível.

É tentar converter corações, mesmo tendo certeza de que é o Espírito quem converte.

É tentar entender o ser de Deus, mesmo sabendo que, para isto, ele nos deu a fé.

É tentar ler a Bíblia como o jornal da manhã de hoje, mesmo conhecendo a sua antiguidade.

É tentar orar como convém, mesmo sabendo que oramos como nos convém.

É tentar amar como a si mesmo, mesmo se amando como ninguém.

É tentar e, na tentativa, ser aceito sem acerto.

Com tato



Quero contato com papo e tato. Quero o mico na rodinha de antigos amigos. E de novos, de todos os povos.

Quero cair na rede de peixes sociais, na corrente quente de mãos dadas no mar. Por favor, tragam-me relações, reações.

Quero um coffe sem nenhum off, um cofre de você sem senhas ou logins. Quero Strong Off na cesta. Na sexta quero você, que aqui lê.

Quero Colgate nos rostos, vida nos postos e adolescência nos gostos. Quero gente que mente pra mente, pra recusar a dor que sente. Contente!

Quero que volte o papel e pena, as cartas do pombo correio, o choro no quarto fechado, o cortejo na noite serena.

Quero o simples e o simplesmente, os carros não caros, os cavalos não raros. Quero botar a mão, o coração. Chega de sermão!

Quero amar o dinossauro, ouvir o trovão no fone e chupar cachos de uva em cachoeiras sem asfalto e sem facebook.

Quero faces fora de books. Não quero perfis com fotos e frases pomposas. Quero tirar fotos e ser protagonista de frases.

Quero passar o tempo sentindo o vento que não entra na sala de bate-papo. Quero usar óculos escuros porque o Sol queima os olhos, e não para postar e posar.

Quero tatuar as pedras de estradas com este “com tato”, os murais de bibliotecas, a Lua se eu puder. Fé!

Quero assim pra mim, com a operadora TIM: sem fronteiras; e sem telas e sem teclas também. Quero abraços com braços e beijos com beiços.

Quero o mundo sem a aproximação que distancia, sem antenas, nem satélites que facilitam e acomodam.

Quero continuar querendo fatos, e neste papo com tato, quero relacionamentos sensatos.

Dossiê da História Cristã



Desculpe! Mas não dá para cessar fogo.

O mentor do marxismo profetizou: "A religião é o ópio do povo". Karl Marx não estava referindo-se ao Evangelho, nem a religiões asiáticas ou afroameríndias. Ele tratava, nestas palavras, da insana Inquisição Católica, das heréticas indulgências, da subserviência dos clérigos para com os reis, da ausência de lhaneza nos discursos de púlpito, das catedrais obsoletas que alienavam multidões, do cartel no requerimento de ofertas e, não menos importante, da postura dos reformados, que em nome do Deus de Calvino, assassinaram milhares de anabatistas afogados.

A história da fé é contra a fé da história contada.

A religião é boa, não insisto na oposição. É intrínseco a nós, homens, a tentativa de organizar organismos inorganizáveis, como é o Reino de Deus, a Igreja universal e invisivelmente reunida no corpo de Cristo. Mas nós demos ordem demais ao céu. Ignoramos o “Kairós” de Jesus e elegemos Matias. Deixamos de sentar em távolas redondas com o Rei Artur, para eleger servos oficias, os diáconos, em detrimento de servos comuns que, sendo cristãos, deveriam, da mesma forma, tratar da causa das viúvas e dos órfãos. Instituímos presbitérios ao invés de educar e conscientizar os leigos para, em comunidade e congregação, tomarem posições sadias e sensatas como as que se pensa só os presbíteros tomarão.

A hierarquia é a nossa mãe idosa.

Imploramos a Deus por guias e líderes, e assim como os israelitas que pediram um rei a Samuel, pois os outros povos tinham reis (1Sm 8:1-22), suplicamos por pastores, pois há rabinos, Imãs, gurus, sadus e padres nas religiões. Mas Jesus não era para ser o único, intransferível e irrepresentável Pastor de ovelhas, guia espiritual e cabeça de seus corpos locais? (Mt 23:8-12). Não é do nosso interesse a reunião e união onde todos são profetas, se consolam, se edificam e se advertem. Haverá sempre um modelo retangular de distância horizontal entre a arquibancada do povo e os assentos setentrionais do clero.

Que reforma é esta que não refaz a forma?

Vê como todo este parlamento é coisa nossa e não estava na visão, missão e no plano estratégico de Jesus? Você entende que não podemos ler a Bíblia a partir da igreja concebida do Novo Testamento, visto que esta também carregava a possibilidade do erro e que tendo nascido pelas mãos de homens, foi gerada em pecado? Compreende que, perpetuamente, haverá as mesmas conclusões fatídicas “Eu sou de Calvino, eu de Armínio, eu de John Wesley, e eu de Cristo? (1Co 1:12,13) Percebe que enquanto o Evangelho existir para os homens e os homens existirem para o Evangelho, sempre existirão altercações entre Cristo e o Cristianismo? Você acha que Jesus, assim como Paulo, entregaria o jovem pecador de 1Co 5:1-5 a Satanás ou reafirmaria o mesmo que disse à mulher adúltera (Jo 8:11)?

Nós somos o intestino grosso do problema.

Ainda está em nós “os lugares, as roupas, os termos, os tempos, as cerimônias, os modos, os papéis, as letras” e todo o resto.  Olhamos para trás e nos gloriamos de dois milênios de existência e sobrevivência. Você acha que Paulo, se vivo, não escreveria cartas a sua igreja? Você pensa que o Novo Testamento é, assim como o Livro dos Espíritos de Allan Kardec, uma enciclopédia de respostas, uma receita de bolo, uma bula de remédio para todas as questões, gerações, tempos e lugares? Você não enxerga o porquê de Jesus deixar um sucessor na Terra? Um Espírito Santo que sopra onde quer? Um Deus dentro de nós, que testifica conosco realidades contemporâneas inexistentes na Bíblia, que teólogos e teólogos insistem em ignorar?

E depois dos idolatrados pensadores, surgiram os “pensa em dores”.

A Teologia da Prosperidade, a corrente da libertação de crentes já libertos, os milagres com hora marcada, a oração poderosa, as campanhas de descarrego, a desdemonização via espetáculo, as cruzadas Benny Hinnadas e todo o arsenal contra as dores e mazelas humanas, tomaram o trono da Reforma Protestante. Surgia, então, a Reforma da Emoção. Os Brasileiros assassinaram o Evangelho da graça! O Catolicismo no país mais católico do globo, conseguiu indireta ou diretamente contaminar os que protestavam contra ele. Nós, que chutamos a santa, chutamos o balde desta vez, e como os católicos e seus santos, demos início a nossa materialização da fé cristã. Através de lenços da benção, copos d’água, sal grosso, meias e até roupas íntimas, as Igrejas evangélicas e maquiavélicas estão justificando o Deus invisível.

Mas os fins não justificam os meios. Nem tudo que dá certo, é certo.

Por conseguinte, o pluralismo cristão é maior que o religioso, e por isto a guerra santa entre denominações transformou o púlpito que já possuía a sua negativa religiosidade, em uma fábrica de heresias, de novidades antropocêntricas, de prosperidades utópicas, de misticismo hipnotizante. Os líderes dinossauros do Evangelicalismo nacional estão divididos não só por milhares de ideologias, mas também por inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas (Gl 5:20-21). Pastores estão pregando contra cantores gospels. Blogs estão difamando estes pastores. Que céu infernal!

“Mas entre vós não é assim”, disse Jesus a João e Tiago.

“Placa de Igreja salva!”: é o senso dos evangélicos. Afinal, “a mão de Deus está aqui” como diz o slogan comercial de uma igreja mundial. O marketing para atrair novos membros é monopolizar o poder de Deus. É manipular o divino. Novos métodos: igrejoterapia, aliás, esta é a nova onda dos surfistas cristãos, que a cada maré de tempo se afogam em novidades e atualizações do Cristianismo. A igreja se tornou um clube social e o evangelho: um passatempo. Falo de uma igreja hospital, que atende em sua UTI, os desejos subjetivos e egoístas de cada paciente; um espaço para desfile de moda pelos corredores eclesiásticos e um pouco de roupas indecentes. As pessoas não prestam mais cultos, porém o assistem ao lado de Deus.

A ordem litúrgica é: “onde há o Espírito, aí há desordem” (2Co 3:17) 

Novas perspectivas: Pequenas igrejas, grandes negócios. O altar evangélico que não é altar nenhum, tornou-se um picadeiro que só exibe a benção de Jesus e nunca o Jesus da benção. Revela os milagres, jamais o milagreiro. Este é o neopentecostalismo. O movimento do outro extremo da estrela, os xiitas da cruz e da espada.

E assim vamos escrevendo, em Patmos, o armagedom da divisão, da batalha naval no mar de onde emergem as bestas que cruzam lanças em favor da “besta literal” e da “besta simbólica”. Os saduceus reformados de um lado e os fariseus desinformados de outro. É assim que é. Foi assim que foi. Fiel é esta história e digna de inteira aceitação.

No calvário dos hereges, da verdade e da reflexão, exclamo: Eli, Eli, lamá sabactâni?

Pena de morte


Mais um assunto polêmico, não é mesmo? Nada disto. Talvez nos círculos de movimentos sociais engajados na causa ou em debates de comissões de direitos humanos, ou ainda em dialéticas de cafés filosóficos, o tema seja bastante sacudido. Porém, entre nós, cristãos, a atitude deve ser diferente, pois Deus foi frenético e objetivo ao requerer, estabelecer e explicar a pena de morte a todos os seus. Basta a nós o interesse de ouvir e concordar com Ele. Para tanto, vamos a uma explanação simplória e progressiva:

Comecemos do início então. No princípio, Caim matou seu irmão Abel (Gn 4:8) e Lameque cometeu um duplo homicídio qualificado (Gn 4:23). O livro de Gênesis tem, portanto, dois crimes dolosos contra a vida nos primórdios de seus quatro primeiros capítulos. Percebe-se, a partir daí, que o descaso pela vida alheia já se tornara notório logo no início dos tempos. A história seguiu, algum tempo se passou, mas Deus não se deixou ficar indiferente a esta situação precária. E após o episódio do dilúvio e de Noé e sua família terem saído da arca, Deus decidiu dar a Noé três leis de ordem natural.

A primeira referia-se à procriação e descendência, onde Deus ordenava a multiplicação da civilização humana (Gn 9:1), confirmando uma das leis de Adão (Gn 1:28); a segunda tratava-se do ato de se comer carne de animais, onde Deus permitia o “homem carnívoro” (Gn 9:2-4), contrariando outra das lei de Adão (Gn 1:29-30); e a terceira era um novo preceito ético, não moral e contextual, mas ético e universal. Esta última lei não tinha sido tratada com Adão, visto que este fora criado no mundo pré-queda e sem pecado, ao passo que esta lei diz respeito à pena de morte (Gn 9:5,6).

Deus disse a Noé sobre os homens: “Certamente, requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo animal o requererei, como também da mão do homem, sim, da mão do próximo de cada um requererei a vida do homem. Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem.” Esta é a instituição divina da pena de morte como meio oficial e teocrático para extirpar o homicídio deliberado e doloso da Terra, isto é, aquele em que há intenção de matar. Exclui-se desta pena, por inferência lógica, o assassinato por legítima defesa individual ou coletiva.

Estas leis noéticas não possuem nenhuma ligação com a legislação de Moisés, ou seja, com as 613 leis mosaicas do Pentateuco. Os preceitos de Noé são de ordem natural e global e, por isto, não se limitam a tempos, culturas, povos e lugares. A lei de alimentação de Moisés, por exemplo, alterava regional e temporariamente a segunda lei de Noé, quando proibia o povo hebreu de comer a carne de certos animais (Lv 11:1-47).
Jesus, no entanto, veio revogar as leis de Moisés em seu sentido cerimonial e civil, e, por isto, ele mesmo considerou, novamente, puro todos os alimentos (Mc 7:15-19), retornando assim, à eterna universalidade da lei de Noé sobre o “homem carnívoro”.

Mas você poderia se perguntar: onde Jesus discute, reafirma ou recorre à lei noética da pena de morte? Jesus concordaria com esta penalidade máxima em seus dias? Sem dúvida que sim. Lembre-se que este é um princípio perpétuo para a civilização humana. Quando o Cristo estava para ser preso no jardim do Getsêmani, Pedro, o zelote, golpeou um dos soldados, servo do sumo sacerdote, em defesa ilegítima de Jesus. É bem provável que Pedro não quisesse apenas cortar a orelha direita de Malco, mas desejasse passar a espada em sua garganta. Porém, depois de errar o ataque ao soldado e golpear sua orelha, Pedro recebe uma séria advertência de seu mestre: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.” (Mt 26:52).

De que você acha que Jesus estava falando? Da pena de morte, ora! Ele, apesar de suscitar o amor, o serviço, a paz e todos os frutos do Espírito no homem, não considerava cruel ou contra os direitos humanos, tal preceito de Noé. Ele sabia de seu valor e importância para qualquer sociedade. Mas você pode continuar se perguntando: quem tem o poder da “espada” a qual Jesus cita em sua exortação a Pedro? Quem é o detentor da autoridade de aplicar a pena de morte aos assassinos que derramaram sangue INOCENTE? (Pv 6:17)

Paulo responde a estas indagações: “Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terá louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para o teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; PORQUE NÃO É SEM MOTIVO QUE ELA TRAZ A ESPADA; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.” (Rm 13:1-7). Ao Estado foi dado este poder, às autoridades humanas, sejam elas teocráticas, democráticas, monárquicas ou de qualquer outro sistema governamental. Paulo não questionou tal poder em Atos 25:10-11, mesmo não tendo assassinado ninguém.

Não se engane com o discurso superficial que afirma que se algumas pessoas morrem inocentemente através da pena de morte, esta não deve ser um meio ético de pena. Se tivermos que invalidar sistemas sociais necessários, devido às suas falhas, deveríamos fazer o mesmo com a medicina, com as polícias, com a política, com as penitenciárias, com as escolas, com os hospitais e com todos os outros sistemas da sociedade que são passíveis de erros. Este não é um pensamento maduro.

A pena de morte só é legitimada por Deus, sendo este o Pai da Justiça, quando o réu condenado a esta penalidade tiver cometido indiscutivelmente um homicídio doloso, e desde que o ato da execução seja efetuado exclusivamente pelo magistrado competente e mediante processo penal julgado pelo juiz do caso em questão. Este processo deve, para tanto, ser pautado em uma minuciosa e exaustiva investigação em torno do homicídio que, se não evidenciado de modo incontestável, deve-se permanecer o princípio da presunção de inocência do mesmo réu.

Contudo, a pena de morte existe e foi criada pelo Criador para preservar a humanidade, para prevenção ao invés de perversão. Ela é como um “raio de Zeus” concedido aos governos humanos que, representando Deus como ministros, também possuem a liberdade, o direito e o dever de tirar a vida.