No divã de Deus

A crença na existência de Deus é colocada em cheque desde tempos imemoriais. Diariamente ele é sentado no banco dos réus e é julgado pela limitadíssima racionalidade de suas criaturas. Através da imaginação fértil de algumas delas, nasceram outras teorias e possibilidades metafísicas para o sentido de estarmos aqui. Seja como for, se o acaso criou tudo, ele não se esqueceu de Deus, pois este existe e vem provando a sua existência desde os primórdios da civilização, através da perfeição do que criou: construção, organização e beleza. Com isto e com sua revelação especial: as Escrituras Sagradas, podemos dissertar a respeito dele:

          Deus existe; ele criou tudo o que existe; ele governa e preserva tudo o que existe (1 Sm 2:6-8; Jó 34:14-15). Ele é soberano sobre tudo e todos, e não há nada que fuja do seu controle. Em essência, Ele é espírito (Jo 4:24); é grande (Jó 36;26); é justiça (Hb 12:29); é amor (1 Jo 4:8); é bom (1 Cr 16:34); é luz (1 Jo 1:5) e eternamente perfeito em toda a sua composição. Deus é o Autor e Conservador de toda a vida (Nm 16:22). Não existe outro semelhante ou além dele (2 Sm 7:22).
          Deus não possui origem, não está preso ao tempo e não depende de nada para existir. Sua existência, por não fazer parte de nossa dimensão e observação, não pode ser compreendida nem estudada racionalmente. Por sermos limitados ao que Ele nos revelou, apenas possuímos uma idéia rasa e básica do que pode ser realmente o seu ser. Penetrar no mundo de Deus sem o sinal verde das Escrituras produz heresias, doutrinas de homens e ideologias extremistas.
          Deus possui um caráter tripessoal, isto é, em seu único ser existem três personalidades distintas em propósito, mas semelhantes em subjetividade. Estas três pessoas de forma alguma dividem o ser de Deus e muito menos o transforma em três, como alguns intérpretes querem entender. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são indiscutivelmente as três partes integrantes e inseparáveis de Deus, sendo cada uma Deus em si mesma, o que constitui um mistério irresovível para nós.
          Tudo o que acontece, o que não acontece, e o que poderia acontecer, está debaixo da vontade soberana e providente de Deus. Ele não erra, não se surpreende, não improvisa, não se arrepende, não fica em dúvida nem age ansiosamente. A essência de todos os seus atributos harmônicos e independentes entre si, é a plenitude de perfeição.
           Deus possui um plano mestre que foi arquitetado consigo mesmo antes de criar o mundo. Neste projeto, ele desejou criar o homem e desejou que ele o desobedecesse, para então demonstrar algo inefável: a graça salvadora. Deus não queria que um de seus agentes morais, ou seja, o ser humano, permanecesse perfeito e imaculado, pois desta forma ele não "poderia" executar a magnitude de seu amor no ato de salvar.
           Assim, precisamos satisfazer o requisito fundamental deste Deus para este ato da salvação: a fé em sua existência, o que resultará em obediência e em uma vida em conformidade com a Bíblia (a sua revelação).
           A respeito dele, isto é o suficiente e necessário. Suas outras particularidades são incognoscíveis. Sua extensão existencial é ultradimencional e por isto está infinitamente distante de nossa compreensão.

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