DIAS VAGABUNDOS

Acordo no limite do acordar,
Levanto-me no afã de deitar.
Escovo logo o branco dos dentes,
Enxáguo os olhos de sonos ardentes.

Eis aí a rotina que não dorme,
Este será mais um dia enorme.
Mas o maior paradigma perdura:
Internet gordura ou ginástica tortura?

Não sei se é férias ou desemprego,
Aguardar um concurso dá medo.
E o piorzinho não é só esperar,
É, se chamado, trabalhar e casar.

E as coisas navegam na mente,
Mas confio num Deus que não mente.
Aí tudo vem e vai se acalmando,
Até eu dormir e acordar reclamando.

O ócio é um eufemismo da loucura,
É estar livre em sua ditadura.
As horas não param de andar e correr,
Vejo o dia nascer e morrer.

Quão bom seria um passatempo,
Já cansei do xadrez, do assento.
Quero mesmo é botar pra quebrar,
Mas quem disse que é pra suar?

Vou fazer uma das coisas que gosto,
Você já deve saber, eu aposto!
Continuar escrevendo pro mundo,
Aproveitar e ser vagabundo.

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