Os quatro homens

Acredito que, assim como o movimento abortista tenta regularmente desfazer a idiossincrasia universalmente aceita, embora raras vezes sistemática, de que a vida não surge espontaneamente no feto, mas que está substancialmente embutida nele mesmo enquanto embrião e até como célula (pois é isto que o espermatozoide é), grupos com o feminismo e o gayzismo, procuram sorrateiramente desfazer a concepção homogênea do que é ser homem para o mundo. Utilizando-se de vários expedientes, eles almejam apontar um suposto caráter relativo em elementos absolutos, que se ratificam pela consensualidade perene entre a própria humanidade. Visto isso, faz-se necessária uma breve demonstração que possa reposicionar os quatro conceitos do vocábulo "HOMEM" a fim de firmar sua significação histórico-filosófica.
 
O primeiro requisito para que um ser vivo emocional-racional-espiritual, isto é, o espírito do homo sapiens, possa ser alcunhado de "homem", é nascer humano, o que, como já é uma condição elementar, é inevitável para ele. Assim sendo, quando se afirma que "o homem é, por natureza, corrupto" ou que "em 1969, o homem pisou na lua" ou ainda que "o homem é a única espécie do reino animal que produz lixo e que se autodestrói", a referência é atribuída à humanidade, ou seja, ao par de gêneros masculinos e femininos, de modo que ambos preenchem esta definição de maneira indistinta.

Por outro lado, quando começamos a falar em "gênero", a conversa tende a se aprofundar mais, visto que, neste caso, o ato de diferenciar os gêneros e prosseguir investigando apenas os indivíduos do sexo masculino, é a mola propulsora para conceituar o "segundo homem". Ser homem nesta fase, portanto, é atender aos aspectos biológicos e fisiológicos definidos por um padrão cromossomal inegavelmente absoluto (XY) e universalmente perceptível através das características físicas do biotipo, da voz, da pelagem, da locomoção etc.

Depois destas duas definições, o ser humano do sexo masculino deverá passar por uma terceira qualificação. Esta etapa diz respeito ao ato deste indivíduo optar, ou em alguns casos "preferir involuntariamente", por se relacionar amorosa e sexualmente com indivíduos do mesmo sexo ou do oposto. Então, quando este sujeito (o ser humano do sexo masculino) se inclina para desejar relações com pessoas do sexo feminino, ele confirma a sua predisposição natural não alterada por distúrbios comportamentais ou patológicos, e torna-se, por excelência, um heterossexual. Este é o terceiro homem.

A quarta e última categoria de HOMEM consiste na posse e exteriorização da "macheza". Vou explicar. Não estou me atendo ao "machismo" enquanto forma rudimentar do ser humano do sexo masculino e de preferência heterossexual impor suas vontades às mulheres. Falo de ser macho como contrário de ser passivo, impotente, sem expediente, enfim, pusilânime. Refiro-me ao macho que protege, produz e procria, não ao valentão do lar, ao barrigudo de bigode no sofá, ao marido que de tanto desprazer, acaba estuprando, além da genitália, a vida e a liberdade de sua companheira.

Estes são os "quatro homens" cuja conceituação quadrifase preenche as lacunas da nomenclatura universal do termo "homem" segundo respectivamente as abordagens teológica (o homem enquanto ser humano), biológica (o homem enquanto portador do par de cromossomos "XY"), psicológica (o homem enquanto heterossexual) e, por fim, a comportamental (o homem enquanto "macho provedor"). Este conjunto de perspectivas clássicas se manifesta uniformemente nos quatro cantos do mundo, malgrado o feminismo e o gayzismo histerico-militante estejam esfarelando-o gradativamente, desmaculinizando a noção transcultural e transgeracional do que é, de fato, ser um homem completo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário